O Tocantins chega à reta final de 2025 com um dado preocupante: mais da metade da população adulta (51,9%) está inadimplente, segundo os números mais recentes da Serasa (julho/2025). O cenário acompanha a tendência nacional, que soma 78,2 milhões de brasileiros endividados, e reforça a necessidade de atenção extra neste período do ano, marcado por despesas típicas como presentes, confraternizações, viagens e contas acumuladas.
Especialistas destacam que o fechamento do ano pode ser também um momento de revisão e replanejamento das finanças pessoais. Para Davyson Wesley, Assessor de Negócios da Sicredi União MS/TO e Oeste da Bahia, o cuidado com o orçamento agora é essencial para atravessar as próximas semanas sem ampliar o risco de inadimplência em 2026.
“Uma boa saúde financeira se caracteriza por alguns pontos: ter controle dos gastos e saber para onde vai seu dinheiro; manter as despesas abaixo da renda; estar livre de dívidas ou com elas sob controle; ter uma reserva de emergência e, por fim, conseguir poupar ou investir com regularidade”, explica.
Com a proximidade do fim de 2025 e a entrada em 2026, muitas famílias se deparam com contas acumuladas e novas despesas que surgem nessa transição — como custos escolares e compromissos de saúde ou manutenção de veículos. Para Davyson, o período é uma oportunidade de corrigir excessos dos meses anteriores e adotar estratégias mais equilibradas para atravessar as próximas semanas com maior previsibilidade.
“O segundo semestre chega com outras obrigações financeiras, como a volta às aulas, gastos com saúde, manutenção de veículos e o planejamento para as festas de fim de ano. Por isso, é essencial rever os excessos cometidos nos meses anteriores e pensar em estratégias mais equilibradas daqui para frente”, afirma.
Organize antes de pagar
Corridas por aplicativo, delivery, promoções e o happy hour depois do trabalho parecem inofensivos, mas, somados, desequilibram o orçamento e comprometem planos de quem quer sair do vermelho. A orientação é registrar todas as despesas, por menores que sejam — em caderno, bloco de notas ou planilha no celular. Com essa visão, fica mais fácil identificar desperdícios e ajustar hábitos de consumo.
Revise prioridades sem abrir mão do bem-estar
Para Davyson, é possível manter o bem-estar mesmo cortando despesas — a chave está em rever prioridades.
“Revise suas prioridades e corte o que não agregar valor real à sua vida, mas preserve o que te traz bem-estar.”
Consumo consciente no dia a dia
Adotar o consumo consciente significa comprar com intenção, não por impulso. Pequenas trocas ajudam a reduzir gastos sem eliminar o lazer: substituir o restaurante caro por uma refeição caseira ou o cinema por um streaming, por exemplo, preserva momentos de descanso com menor custo.
Estabeleça limites realistas
Outra prática decisiva é definir limites factíveis. Cortes excessivos podem gerar frustração e desistência. Ajustes graduais favorecem a disciplina e a continuidade do plano.
Crédito com responsabilidade e educação financeira
Antes de “sair pagando” ou contrair novas dívidas, é importante sentar, revisar o que foi gasto, o que está pendente e o que ainda vai vencer. Davyson reforça que crédito é ferramenta, e seu uso pede consciência e planejamento.
“O momento exige atenção. Antes de sair pagando ou fazendo novas dívidas, é importante sentar, rever tudo o que foi gasto, o que está pendente e o que ainda vai vencer. Planejamento não é só para quem ganha muito, é uma ferramenta de organização que cabe no bolso de todo mundo.”
Além das recomendações, Davyson destaca o papel da cooperativa financeira na orientação e no apoio ao planejamento.
“É comum as pessoas associarem instituições financeiras apenas ao crédito. Mas, no Sicredi, a gente trabalha com orientação, com o incentivo ao consumo responsável e à formação de uma cultura de investimento, mesmo que com pouco. O importante é começar. Com R$ 20 por mês já é possível criar o hábito de guardar. O segredo está em mudar o olhar sobre o dinheiro e entender que ele deve servir aos nossos objetivos, não controlar a nossa vida”, finaliza.







