No Tocantins, o cultivo de grãos tem avançado anualmente e apresentando o Estado como um novo polo agrícola, junto com os estados do Maranhão, Piauí e Bahia, que formam o Matopiba, mais o norte de Mato Grosso. Na medida em que a agricultura avança, essas unidades federativas se tornam mais atraentes logisticamente para o transporte de grãos e fertilizantes, como adubos e insumos. O Estado do Tocantins deve avançar ainda mais, nesse sentido, com as instalações do novo terminal intermodal construído em Palmeirante, que será um pontapé para suprir a demanda de fertilizante importado, a partir da implantação de empresas misturadoras.
A previsão é que as instalações do novo terminal intermodal sejam inauguradas em outubro. O projeto vai atender a uma demanda crescente do setor pelo produto, além de melhorar o escoamento de grãos. “O Estado do Tocantins é indutor na implantação desse pólo de fertilizantes, que é estratégico para o nosso Estado, que consome mais de 1,1 milhão de toneladas de fertilizantes por ano e produz menos de 300 mil toneladas, sendo hoje importador de fertilizantes. Com a implantação do polo e sua produção acima de 1,5 milhão de toneladas, no primeiro momento, o Tocantins não só passará a ser autossuficiente como exportará a produção”, relatou o secretário da Indústria, Comércio e Serviços, Carlos Humberto Duarte.
Ainda conforme o secretário, com o novo terminal haverá um incremento na arrecadação estadual e irá gerar mais de 1,5 mil empregos, sendo 250 somente no próprio terminal e as demais em misturadoras que serão implantadas em outras empresas do setor. “O Tocantins trabalha, por meio da Secretaria da Indústria, Comércio e Serviço, para que as empresas desse setor sejam contempladas pelo Programa Pró-Indústrias, para que tenha competitividade com os estados vizinhos, principalmente o Maranhão, que é grande produtor de fertilizante. Nosso trabalho é para viabilizar a implantação desse polo”, relatou. O Pró-Indústria é instituído pela Lei nº 1.385/2003, que incentiva a instalação de indústrias automotivas e de indústrias de fertilizantes no Tocantins.
De janeiro a julho de 2022, o Tocantins importou mais de 260 mil toneladas de fertilizantes pela via marítima. Os dados são da Comexstat, uma plataforma do Governo Federal, e indicam que o principal fornecedor de fertilizantes foi a Rússia, com 54% de participação nas importações de fertilizantes, seguido da China que possui 17%.
Além disso, a principal via de recebimento dos fertilizantes foi a marítima, com destaque para o porto de São Luís, Maranhão, que concentrou 69% dos fertilizantes importados pelo estado do Tocantins. Outro levantamento, divulgado pelo Valor Econômico, mostra que os principais portos do Arco Norte – Santarém e Belém (PA), Itaqui (MA) e Salvador (BA) – movimentaram 4,4 milhões de toneladas de adubos nos primeiros seis meses de 2022, que correspondeu a 25% de todas as importações do País no período, e é 39% maior que o do primeiro semestre de 2021.
Terminal em Palmeirante
Em outubro, a parceria entre a VLI e a Companhia Portuária Operadora do Itaqui (Copi), planeja inaugurar a estrutura portuária para carregar vagões e enviar adubos para Palmeirante via modal ferroviário, conforme o diretor-presidente da Copi, Guilherme Eloy. A iniciativa foi formalizada por meio de contrato com investimento aproximado de R$ 300 milhões, incluindo trabalhos iniciais que custaram R$ 100 milhões e os outros R$ 200 milhões para as ações no Maranhão e também no Tocantins.
O terminal atuará para o recebimento de adubos integrados às operações de grãos da VLI e a expectativa é a transferência de migração de modais, do rodoviário para o ferroviário, com possibilidade de aumento de volumes. “Esse corredor logístico será um catalisador do crescimento da demanda de fertilizantes para o Maranhão, Bahia e outros estados, até mesmo Goiás, considerando o diferencial competitivo de localização geográfica privilegiada, conexão ferroviária e produtividade”, destacou o diretor-presidente.
Esse empreendimento faz parte de um novo ramal ferroviário, conectado à malha do Corredor Centro-Norte e interligado ao Terminal da Copi no Porto de Itaqui (MA) por meio do qual os insumos serão carregados e transportados por quase mil quilômetros até o terminal de Palmeirante.
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