Tocantins recebe mutirão para realização de 100 cirurgias de hérnia

Foto: Divulgação SES-TO

A Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal (SBH), promoverá entre os dias 06 e 10 de junho, em Palmas, no Tocantins, um mutirão para realização de 100 cirurgias em pacientes que aguardam atendimento na fila no Sistema Único de Saúde (SUS). A ação será realizada em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO).

A SBH já realizou sete mutirões de hérnias em diferentes regiões do Brasil. No entanto, esta será a primeira vez na região Norte.

As cirurgias de hernioplastia abdominal – que serão feitas no Hospital Geral de Palmas (HGP) e no Hospital Regional de Miracema – já estão agendadas e os pacientes foram avaliados por equipes de cirurgiões que integram a SBH.  Ao todo, 22 cirurgiões de diferentes regiões do Brasil estarão em Palmas como voluntários para realização dos procedimentos.

“Estamos felizes em proporcionar agilidade no atendimento da população usuária do Sistema Único de Saúde, no Tocantins”, declarou o cirurgião e presidente da SBH, Marcelo Furtado.

O cronograma prevê 18 cirurgias por dia no Hospital Regional de Palmas, entre segunda e sexta-feira (de 06 a 10 de junho) e a realização de outros dez procedimentos no Hospital Regional de Miracema, na quinta-feira (09 de junho).
Queda nos procedimentos – Entre os anos de 2018 e 2021 houve uma queda de 72% no número de cirurgias de hérnias realizadas no estado do Tocantins, devido a pandemia ocasionada pela COVID-19. Ao todo, foram realizadas 897 cirurgias em 2018, 1.137 cirurgias em 2019 e o número foi caindo em 2020, com a realização de 361 procedimentos, em 2021 foram 260 procedimentos e, neste ano de 2022, apenas 302 cirurgias foram realizadas no estado.

“Esta parceira com a Sociedade Brasileira de Hérnia contribui de forma significativa para ampliar o atendimento aos pacientes que precisam de cirurgias eletivas, no Sistema Único de Saúde.  A vinda destes profissionais soma com os esforços da Gestão Estadual, para reduzir o tempo de espera pelos procedimentos a ser realizados no mutirão, uma vez que todos os atendidos são cadastrados na Central Estadual de Regulação”, afirma o secretário de Estado da Saúde do Tocantins,  Afonso Piva.

As hérnias da parede abdominal envolvem as umbilicais, incisionais (na cicatriz de uma cirurgia anterior), inguinais (na virilha) e as epigástricas. A doença tem alta prevalência na população, sendo que a alteração na virilha é a mais comum – representando 75% dos casos – e atinge cerca de 20% dos homens adultos ao longo da vida.

Segundo Marcelo Furtado, a cirurgia é a única forma eficaz de tratamento para as hérnias e a sua ausência pode trazer sérios riscos ao paciente. “Além de afetar negativamente a qualidade de vida trazendo sintomas como dor, desconforto e prejuízos estéticos, as complicações como o estrangulamento e o encarceramento podem levar o paciente à morte caso não sejam tratados adequadamente”, alertou.

O cirurgião responsável pela organização local do mutirão em Palmas, Dhyogo Paulo Severo Silva, explica que os pacientes selecionados para o mutirão possuem hérnias de baixa, média e alta complexidade.

“Todos os pacientes foram avaliados por cirurgiões locais e teremos cirurgias de hérnias inguinais, hérnias epigástricas, hérnias umbilicais, hérnias ventrais, hérnias recidivadas e hérnias incisionais”, explica Dhyogo.

Diferencial

Outro diferencial do mutirão é que 25% das cirurgias serão feitas por videolaparoscopia.

Do total das 22 mil cirurgias de hérnias feitas pelo SUS entre 2019 e 2021, apenas 127 – ou 0,5% – foram feitas utilizando a videolaparoscopia, uma tecnologia minimamente invasiva. Para o Dr. Gustavo Soares, vice-presidente da SBH, as cirurgias menos invasivas trazem vantagens tanto ao paciente quanto ao cirurgião. “Estamos falando de procedimentos mais seguros, com menores riscos de complicação e de recidiva da hérnia. Além disso, o paciente fica menos tempo internado e retorna às suas atividades laborais e profissionais de forma mais rápida”.

Doações

O mutirão de hérnias no Tocantins também está contando com a participação da indústria, que doou fios, telas e grampeadores – materiais cirúrgicos utilizados nos procedimentos, incluindo equipamentos de videolaparoscopia.

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