Débora Leite atua há 10 anos como psicopedagoga do AEE (Atendimento Educacional Especializado) na rede municipal de ensino de Araguaína e estava entre as 400 pessoas que foram ao auditório do Unitpac (Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos) participar do 1º Simpósio sobre Transtorno do Espectro Autista e seus desdobramentos, no último dia 2, data em que se comemorou o Dia Mundial de Conscientização do Autismo.
O evento foi direcionado para acadêmicos do Unitpac, pais, profissionais que atuam nos órgãos que estão diretamente envolvidos no atendimento às pessoas com TEA e profissionais da Educação e Saúde. Segundo Débora, participar do simpósio foi uma forma de se atualizar sobre o tema para continuar oferecendo um serviço mais humanizado.
“Nos últimos anos, aumentou bastante o número de estudantes com autismo, por isso é importante buscarmos mais conhecimento para acolher e entender os alunos da rede municipal”, disse Débora.
O evento foi realizado pela Clínica Escola Mundo Autista com o apoio da Prefeitura de Araguaína e do NED (Núcleo de Experiência Discente) do Unitpac. Durante todo este mês, o tema segue sendo trabalhado em diversas frentes dentro da campanha Abril Azul.
Orientações especializadas
O encontro contou com a participação de 11 profissionais especialistas em processos mentais e comportamento humano que ministraram oito palestras, seis delas realizadas simultaneamente, sobre temas, como a fonoaudiologia no TEA, as emoções, manejo do comportamento, a terapia ABA (Análise do Comportamento Aplicada), entre outros assuntos.
“O autismo não é moda, o autismo não é tendência, todos esses esclarecimentos que estamos tratando aqui são frutos de pesquisas e estudos para levar mais acolhimento, respeito, inclusão e promover a garantia da qualidade de vida das pessoas com o autismo”, ressaltou a diretora da Clínica Escola Mundo Autista, Glauciana Valadares.
Mais respeito e inclusão
Durante o Simpósio, um aluno da Clínica Escola Mundo Autista teve um espaço de fala e, em seu discurso, ele expressou o quanto os autistas costumam ser incompreendidos pela sociedade. “A gente quer ser tratado com carinho, com muito amor e esperança, porque tem muitas pessoas que não entendem a gente”, afirmou Ítalo Davi.
A professora Laila Cristine da Silva tem uma filha de cinco anos que há um ano foi diagnosticada com o Transtorno do Espectro Autista. Além de estar sempre em busca de conhecimento sobre o tema, ela leva informações para diversas instituições e locais da cidade por meio do seu projeto pessoal “Vem para Roda que o Assunto é o Autismo”.
“A sociedade precisa olhar, melhorar e reconhecer que as pessoas que têm uma deficiência possuem todos os direitos e precisam ser incluídas em todos os espaços. Então, como mãe, hoje o meu principal objetivo é realmente vencer isso. Superar o preconceito, superar as barreiras de inclusão para que a minha filha tenha acesso a todos os espaços sociais como qualquer criança”, relatou a professora.
Atendimento na Clínica Escola Mundo Autista
Desde 2016, a Clínica Escola Mundo Autista atua de forma multidisciplinar e no diagnóstico de pacientes com TEA. A porta de entrada para o atendimento é por meio da Secretaria da Educação de Araguaína, ou seja, para ser encaminhada à unidade, a criança precisa estar matriculada em uma das escolas ou creches do município.
Por mês, a unidade realiza mais de 4000 atendimentos. Em seu discurso durante o evento, o prefeito Wagner Rodrigues ressaltou a necessidade de ampliação do prédio da clínica para poder aumentar a capacidade de atendimento.
“Nós já estamos com o recurso praticamente garantido para fazermos uma nova Clínica Escola Mundo Autista. O projeto está pronto e vamos batalhar para que possamos ter um espaço capaz de atender três vezes mais”, garantiu Wagner.
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