A Justiça Federal no Tocantins condenou duas pessoas que forjaram um casamento para obter vantagem financeira. Em 2013, convencida pelo irmão, a mulher formalizou casamento com um servidor público, amigo da família, para que, após sua morte, ela passasse a receber pensão vitalícia.
Conforme o Ministério Público Federal (MPF), o servidor e os dois réus se conheciam há muito tempo, mas, segundo testemunhas, não existia relação marital entre a jovem e o referido servidor público. Porém, em 2013, pouco antes de passar por uma cirurgia de risco agravado por seu estado de saúde e idade avançada, o senhor aceitou casar-se formalmente com a moça pela qual nutria sentimento fraternal, para que, em caso de morte, ela fosse sua herdeira, recebendo assim uma pensão vitalícia de mais de R$ 25 mil.
Poucos dias após o casamento, o servidor passou pela cirurgia e estava desacompanhado da suposta esposa. Alguns dias depois ele teve complicações relacionadas ao procedimento e precisou voltar ao hospital para nova intervenção médica, quando veio a falecer.
Segundo o MPF, o conjunto probatório exposto no processo deixa claro que o matrimônio, que existia apenas formalmente, foi realizado com único objetivo de beneficiar financeiramente a dupla de irmãos. Assim, o juiz estipulou pena de mais de 2 anos de detenção e multa para cada um dos réus. Como os condenados atendem aos requisitos, as penas restritivas de liberdade foram substituídas por prestação pecuniária de 20 salários-mínimos e multa substitutiva de R$ 20 mil.
A sentença também determina a anulação da portaria de 2013 que instituiu a pensão por morte. Além disso, os réus deverão devolver aos cofres públicos mais de 2 milhões de reais, recebidos indevidamente.
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